24 de novembro de 2006

Circo é armado para revender obra dos Beatles

Resenha de CD
Título:
Love
Artista:
The Beatles
Gravadora:
EMI Music
Cotação:
* * * *

"The Beatles como você nunca ouviu antes...", já promete o slogan que anuncia Love, o novo álbum do grupo, criado em estúdio pelo produtor George Martin a partir de colagens e superposição de músicas da obra do quarteto. O pretexto foi criar a trilha do espetáculo que o Cirque du Soleil apresenta em Las Vegas (EUA) desde agosto. Mas, em suma, o circo foi armado para revender uma obra que ainda gera lucros para a indústria fonográfica e, claro, para os beatles remanescentes (Paul McCartney e Ringo Starr) e suas viúvas (nos casos de John Lennon e George Harrison). Eis a razão deste Love.

Não é à toa que todos - Martin, McCartney, Ringo e as viúvas Yoko Ono e Olivia Harrison - dão depoimentos entusiásticos sobre Love no vídeo-release que promove o álbum. E o fato é que, armações à parte, o trabalho de George Martin prima pela excelência como já atesta a bela versão de Because (com vocais a capella) que abre o disco. A experiência resulta interessante. Mesmo porque ninguém nunca ouviu antes os Beatles em som surround 5.1 como propicia a edição dupla que agrega o CD em estéreo e o DVD-áudio de Love - nas lojas do Brasil a partir de 10 de dezembro ( a edição simples já está à venda desde 22 de novembro). O efeito é impactante, sim.

Vale a pena esperar pelo DVD-áudio porque, entre as 26 faixas, há temas polifônicos (sobretudo A Day in the Life e All You Need Is Love) que crescem com o áudio 5.1. É certo que algumas músicas (como Help! e I Want to Hold your Hand) ressurgem similares aos registros originais. Mas outras, caso de Lady Madonna, ganham nova pulsação com o realce da base rítmica. Entre as colagens, a melhor é a junção psicodélica de Within You Without You com Tomorrow Never Knows. Já Yesterday é introduzida pelo violão de Blackbird sem que o ouvinte perceba que tal colagem foi feita.

O curioso é que, com exceção das cordas gravadas para While my Guitar Gently Weeps, todos os sons já existiam na discografia dos Beatles. O que somente ratifica a importância do produtor George Martin na formatação de uma obra que ainda justifica todo o circo armado em torno dos Fab Four. É Martin quem brilha em Love
...

1 Comments:

Anonymous Hugo said...

ficou bonito

29 de dezembro de 2009 às 11:00  

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